O YouTube, plataforma de vídeos do Google, tirou do ar do canal oficial do presidente Jair Bolsonaro, 35 vídeos por trazer informações falsas sobre as eleições.
Bolsonaro disse recentemente em vídeo gravado: “Por que alguns parlamentares resolveram votar contra o voto impresso, baseado no quê? Se nós estamos oferecendo mais uma maneira de garantirmos a lisura por ocasião das eleições. Isso aí a gente não pode deixar de falar”.
A lisura eleitoral como quer Bolsonaro não é necessária, pois desde que a urna eletrônica foi adotada no Brasil, de modo experimental em 1996 e 1998 e depois integralmente a partir de 2000, tem se mostrado confiável, com o atesto do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério Público, partidos políticos e outros órgãos que acompanham e fiscalizam o processo eleitoral e a integridade dos sistemas das urnas eletrônicas.
Os ataques de Jairo Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro vêm desde a sua campanha para presidente em 2018, colocando dúvidas e em risco o processo democrático, sem apresentar nenhuma prova ou indícios de irregularidade ou fraude.
O próprio presidente já assumiu não ter comprovação de que existe fraudes nas urnas eletrônicas, mas continua se apegando a montagens grosseiras e fakes disseminados pelas milícias digitais e também pelo chamado gabinete do ódio, para justificar sua desconfiança do processo eleitoral.
A insistência de Bolsonaro na pauta das urnas eletrônicas e ataques a Ministros do STF, geralmente desvia o foco das enxurradas de denúncias feitas contra o seu governo, que diariamente precisa explicar ou justificar algum escândalo ou um indicio de corrupção.
A influência de pastores nos recursos do MEC, o bolsolão do asfalto, a liberação de recursos secretos para aliados do Centrão, as rachadinhas, as movimentações financeiras atípicas de Flavio Bolsonaro, o cheque na conta da Michelle, a volta da inflação e da extrema pobreza acabam sendo assuntos secundários no noticiário brasileiro. Pois para cada escândalo, o presidente e seus aliados criam uma polêmica que geram uma cortina de fumaça.
Com o endurecimento das regras anunciada pelo o YouTube para combater as mentiras relacionadas ao sistema eleitoral, Bolsonaro teve seus vídeos excluídos da plataforma. Uma pequena, mas importante vitoria, para a manutenção da democracia.
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