Vendedor autônomo afirma ter sofrido crime de racismo por seguranças das Lojas Americanas do River Shopping, em Petrolina-PE

Reprodução/Redes Sociais

O Site de Notícias Tá Na Roda, foi procurado na segunda-feira (07) por Ramon Ramos Cordeiro, 28 anos, vendedor autônomo, funcionário contratado da prefeitura de Petrolina, natural de Remanso e residente em Juazeiro-BA que falou com nossa redação, por telefone, de uma situação em que ele teria sido vítima de crime de injúria racial, supostamente cometido por seguranças das Lojas Americanas, no Shopping de Petrolina.

Conforme informações apresentadas por Ramos ao Site, no sábado passado (05/06), por volta das 13:40h, ele esteve fazendo pesquisa de preços nas Lojas Americanas do River Shopping e saiu sem comprar nada, continuando a pesquisa na Loja Le Biscuit que fica no mesmo shopping.

Consta no Boletim de Ocorrência que ele fez questão de registrar contra as Lojas Americanas, que dois funcionários das Americanas foram até a Loja Le Biscuit para abordá-lo e pedir que abrisse a mochila que estava portando.

Supresso com a abordagem, Ramon solicitou esclarecimentos aos funcionários das Americanas, sendo informado que esse seria o procedimento e norma da Loja.

Preocupado com os desdobramentos da abordagem, o vendedor autônomo  pediu aos funcionários que a sua mochila fosse aberta somente na presença do gerente das Lojas Americanas e dos seguranças do Shopping.  Ainda como garantia, o próprio Ramon ligou para a PM para testemunhar o momento em que a mochila seria aberta.

Ramon conta que, sob os olhares dos curiosos que circulavam e faziam compras no Shopping, foi conduzido da frente das Americanas para a sala da segurança do River. A alegação dos seguranças para a mudança de ambiente foi a de que era para evitar tumulto para os lojistas.

Acompanhado por policiais do 5º BPM-PE, seguranças do Shopping, supervisor e os dois funcionários das Loja Americanas que se envolveram na abordagem, Ramon pôde provar sua inocência e mostrar que não tinha nada a esconder.

Na bolsa que o vendedor carregava não foi encontrado qualquer objeto que pudesse lhe incriminar por furto, o que levou o Supervisor das Lojas Americanas a pedir desculpas e justificar a inexperiência dos funcionários que, segundo  ele, estariam em estágio probatório como seguranças, mas que na verdade, exerceriam a função de caixa na loja.

 O Supervisor além das desculpas, que não foram aceitas por Ramon, informou ainda que a precipitação dos novatos aconteceu em razão dos constantes furtos no interior da Loja, que envolveu até o gerente que não estava presente no momento, porque estaria de atestado  depois de se envolver em luta corporal com um suspeito que tentou roubar a Loja e acabou quebrando um dedo. 

Ramon contou ao TNR que, mesmo sabendo da sua inocência e de fazer questão de esclarecer os fatos, se sentiu constrangido ao ter que atravessar o River  Shopping, passando pela praça de alimentação acompanhado por policiais, seguranças e prepostos da empresa. “Dava para sentir os olhares desconfiados e a indiferença dos frequentadores daquele centro comercial”, pontuou Ramon na sua fala, se mostrando muito chateado com o episódio.  

“Por que só comigo? Foi constrangedor esse tipo de abordagem! Sou vendedor e muita gente me conhece no Shopping. Alguns me perguntaram, o que aconteceu? Como fica, se alguém que não me conhece ou não sabe a verdade dos fatos, espalhar minha imagem ou criar fakes com meu nome?  Afinal, todo mundo tem um celular para registrar o que se passa”, desabafou Ramos indignado com o ocorrido.  

O vendedor disse pretender buscar reparos na justiça pois, segundo ele, esse é um caso típico e claro de discriminação e injuria racial que precisa ter fim. As lojas precisam usar de tecnologias e meios para não precisar abordar os cidadãos dessa forma, principalmente pela cor da sua pele, como é muito comum acontecer com as pessoas negras, finalizou Ramon.  

Ocorrência feita pela PM-PE

Esse fato precisa ser apurado, pois tem sido comum que seguranças de lojas e supermercados  tomem atitudes para constranger, agredir e em alguns casos, levar até a morte os suspeitos por furtos. Sobretudo, quando se trata de pessoas negras. 

O TNR deixa o espaço aberto para a versão das Lojas Americanas e outros interessados no caso .

Da Redação: Tá Na Roda

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13 Comentários

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  1. Esse homem é tão branco como eu. Talvez se declare negro apenas pelo fato de talvez ter mãe ou pai negro, porem nasceu branco
    Lamentável banalizarem o termo RACISMO. Lamentável a ignorância do povo que acha que tudo que ocorre consigo de ruim ou que não dê certo seja SIMPLESMENTE pela cor de pele.
    Lamentavel que pessoas ignorantes usem isso como MULETA PSICOLOGICA.
    TALVEZ os seguranças que o abordaram seja até mais “negro” que ele mesmo.

  2. Isso é uma situação deprimente, conheço Ramon de vista por ser esposo de uma amiga de trabalho, rapaz decente e trabalhador, que povo sem noção, processo neles.

  3. Isso é uma falta de respeito
    Imagina um pessoa ser negro e jugado nós estamos no pais de preconceito
    Isso nao pode ficar assim
    #sounegroemereçorespeito

  4. Inadimicivel isso ainda acontecer, julgar as pessoas pela a cor da pele,saber que a pessoa é de caráter é que me deixa indignado mais ainda ,essa segurança do shopping deixa muito a desejar.

  5. Muito triste,quem te conhece sabe que você é um rapaz honesto e batalhador e corre atrás dos seus objetivos com dignidade
    Estamos com você Ramon.

  6. Lamentável isso ser a bordado dessa forma. mas gostei da sua atitude Ramon eu e todos que trabalha com vc sabe da sua índole e estamos aqui pra te apoiar em qualquer coisa.

  7. Não podemos ficar calado diante de situações como essa, a raça negra sofre com esses acontecimentos diariamente, desde o início dos tempos, e não podemos baixar a cabeça e fingir que isso é um fato isolado. Os fatos têm que ser apurados e os envolvidos têm que sofrer as punições cabíveis para que menos casos como esse aconteçam novamente!!!

  8. Um absurdo isso, é impagável o constrangimento de um trabalhador nesta situação. Até quando vão haver esses casos lamentáveis onde um cidadão tem que se encaixar num padrão hipócrita da sociedade?! Tenho dito, que não existem pessoas suspeitas, e sim atitudes suspeitas, conheço a vítima, homem trabalhador e digno e posso afirmar que jamais teria atitudes suspeitas para levar os seguranças a tal infâmia, esse foi sim mais um caso onde um cidadão foi subjugado pelo cor da sua pele! Lamentável!!!

  9. Isso é inaceitável como pode pleno século 21 ainda tratar o ser humano dessa forma.
    Ramon Ramos cordeiro levantar a cabeça e corre atrás dos seus direitos

  10. Um absurdo isso, é impagável o constrangimento de um trabalhador nesta situação. Até quando vão haver esses casos lamentáveis onde um cidadão tem que se encaixar num padrão hipócrita de sociedade, tenho dito não existe pessoas suspeitas esses atitudes suspeitas, conheço a vítima, homem trabalhador e digno e posso afirmar que jamais teria atitudes suspeitas para levar os seguranças a tão infâmia, esse foi sim mais um caso onde um cidadão fui subjugado pelo cor da sua pele! Lamentável!!!

  11. Indignada com essa situação a falta de competência de treinamento foi demais. Trabalhei com esse rapaz e conheço sua índole. Um pedido de desculpas não vai amenizar o que ele passou não . O constrangimento a vergonha dos olhares julgadores .em fim . Forças Deus vai te honrar .