Professores e estudantes dos colégios estaduais também receberão 11 mil vale-livros para serem utilizados no evento
Inspirações da literatura e da música brasileiras como os escritores Itamar Vieira Júnior, Allan Dias Castro e o cordelista Bule Bule vão compor a narrativa pessoal de cada estudante da rede estadual que for à Bienal do Livro Bahia entre os dias 26 e 1º de maio, no Centro de Convenções, em Salvador. Na abertura do evento, nesta sexta-feira (26), o autor do premiado livro Torto Arado, Itamar Vieira Júnior, contou aos jovens como descobriu seu talento para a escrita.
“Quando comecei a escrever, nesse campo da memória, eu diria que foi quase ao mesmo tempo em que eu aprendi a ler. A palavra, naquele momento, exerceu sobre mim um fascínio quase místico. Na tentativa de adentrar a alma do mundo, eu percebi que se abriam janelas para outras dimensões além das que eu vivia”, dividiu com o público de estudantes.
A Bienal, que tem como tema ‘As histórias que a Bahia conta’, também será um espaço para apresentar novos autores, alguns deles estudantes da rede estadual de ensino. Segundo a secretária da educação Rowenna Brito, o estande do Governo do Estado, na Sala D10 – ASA B, vai receber jovens talentos de 172 escolas estaduais baianas. Vinte e três projetos estudantis vão passar pelo espaço do Governo.
“Os estudantes vão conhecer autores, participar de mesas de debate, palestras e rodas de conversa com escritores. Mas no estande no Governo do Estado também vão acontecer apresentações de poemas e poesias dos estudantes, exposição de professores. É um momento especial para a gente da rede estadual da educação”, celebrou a gestora.
Uma das artistas destaques da rede estadual de ensino é Maria Heloísa dos Santos, estudante do Colégio Estadual Cidade de Candeias. Ela apresentou o cordel autoral ‘Viva o Dois de Julho: as três heroínas da Bahia’. “Eu me sinto muito honrada por estar neste evento tão lindo. O texto que apresento aqui foi inspirado na história de mulheres guerreiras, que trouxeram algo tão importante para a nossa Bahia: a liberdade”, contou a estudante de Candeias.
As heroínas da Bahia, como ela nomeia no cordel, também a encorajam a lutar contra um câncer. A menina usa a arte para isso. “Ano passado fui diagnosticada com câncer, mas não me deixo abater. Como essas mulheres lutaram, guerrearam, eu também posso, eu também consigo a minha vitória”, disse, determinada, Maria Heloísa.
O Governo da Bahia, através do Plano Estadual de Livro e Leitura, da Secretaria de Educação da Bahia (SEC), também está disponibilizando vale-livros para alunos e professores da rede estadual. A titular da pasta Rowenna Brito explicou como funciona.
“Nossos estudantes podem acessar qualquer estande da Bienal e comprar livros com um vale de R$ 50 disponível para cada estudante visitante. A gente reafirma, com isso, o nosso compromisso de governo com a democratização do livro”. Já os professores precisam solicitar o vale-livro através do ba.gov.br.
Homenagem à literatura de cordel
Um dos grandes homenageados da edição é o cordelista Bule-Bule, que lança durante a Bienal o livro ‘Cordéis Antológicos’. O baiano de Antônio Cardoso, com extensa produção sobre o estado, como manda o tema do evento em 2024, garantiu: “o bom conto, a boa história, a boa novela, o bom enredo da vida está na Bahia. A Bahia tem elemento para tudo isso. E nobreza”.
No Auditório, na Sala 101 B, também vão acontecer até às 16h do primeiro dia rodas de conversa sobre ‘Circulações Literárias da Bahia’ e ‘Clubes de Leitura’. O espaço acolhe outros diálogos até o dia 1º de maio sobre literatura infantil, formação de leitores, literatura de cordel e periférica. Além do lançamento do livro “O tempo não detém a vida”, da escritora Heloísa Prazeres.
A programação é realizada em parceria entre a Secretaria de Educação da Bahia (SEC); Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), através da Fundação Pedro Calmon (FPC); Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti); Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb); Studio Palma; Academia de Letras da Bahia (ALB); Editoras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs Editora); Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Edições Uesb); Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (EDUFRB); e Universidade Estadual de Santa Cruz (Editus); Studio Palma; e Editora Cógito e Periferia Brasileira de Letras (PBL).
Os ingressos da Bienal são isentos para professores de escolas ou universidades, bibliotecários, escritores, tradutores de livros e profissionais do livro. Os ingressos pagos podem ser adquiridos através do site: bienaldolivrobahia.com.br.
Repórter: Milena Fahel/GOVBA
Fotos Mateus Pereira
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