Dois meses: A novela do auxilio emergencial para os artistas de Juazeiro-BA

Foto/Divulgação

O coletivo de artistas pelo “auxilio emergencial já”, soltou nesta quarta-feira (14) mais uma nota de repúdio pela morosidade, burocracia e a falta de competência da gestão municipal em atender aos diversos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, que tanto precisam do auxilio emergencial.

A luta da classe artística para que o poder publico municipal pudesse pagar o auxilio emergencial, amenizar as dificuldades e a crise financeira que passa o setor cultural, por conta da pandemia de Covid19, começou em maio deste ano.

O Projeto de Lei n° 3.680/2021, batizado de “Auxílio Emergencial Cultural Afonso Conselheiro” foi aprovado, depois de idas e vindas, pela Câmara de Vereadores, no dia 8 de junho de 2021. Mas infelizmente, não saiu do papel.

A tão badalada e até comemorada proposta do executivo municipal que prevê apoio financeiro aos trabalhadores do setor cultural, no valor de R$ 900,00 (novecentos reais) dividido em três parcelas mensais de R$ 300, até agora não se concretizou e parece não ter previsão para se efetivar como prioridade da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes.

O que obrigou aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura de Juazeiro, ter que voltar a imprensa para cobrar da prefeita Suzana Ramos agilidade e respeito com a classe artística, que esperam a quase dois meses para receber a primeira parcela do auxilio emergencial.

Segue a Nota:

AS TRAPALHADAS DA SECRETARIA DE CULTURA DE JUAZEIRO

O Coletivo dos Trabalhadores e Trabalhadoras da cultura de Juazeiro da Bahia vem em nota repudiar a gestão da SECULTE – Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes, de Juazeiro, no tratamento para com a classe artística do Município.

É vergonhoso o fato de como todas as ações que realizaram, nenhuma conseguiu amenizar os impactos da pandemia do Covid no setor cultural.

Começaram um processo de arrecadação de cestas básicas, circulando nos grupos de Whatsapp um empenho de confecção de camisas para um evento drive-thru de quinze mil reais, que se fossem utilizados, já daria algumas cestas básicas para algumas famílias dos artistas. Em seguida inventaram a realização de uma live, onde o dinheiro arrecadado só serviu para pagar a estrutura da própria live; tendo também no mesmo evento um carro doado por um empresário da região, que até agora não conseguiram realizar o sorteio para dividir os recursos que seriam arrecadados entre os artistas.

Enfim, vendo todos estes fatos, nós, artistas dos vários segmentos, nos organizamos enquanto Coletivo dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Cultura e criamos a campanha Auxílio Emergencial JÀ! Fizemos uma campanha bonita nas redes sociais e imprensa, culminando com um grande ato em frente ao paço municipal no dia 20 de maio, exigindo que a Prefeita nos recebesse e ouvisse nossas reivindicações. A mesma nos atendeu com um belo sorriso, nos confortou, colocando que ia disponibilizar um valor de 360.000 R$, e que os pormenores a gente resolvesse com a SECULTE.

Vocês conhecem aquele jogador fominha, que pegar uma bola lançada por outro jogador e ao contrário de trabalhar a bola com seus parceiros de jogo para fazer o gol, pega a mesma, abaixa a cabeça e vai sozinho fazer o gol e não consegue. Foi o que a secretaria fez. Pegou o auxílio, nos garantindo diálogo, fez esse diálogo apenas bem no início, para encaminhar a lei e depois resolveu jogar sozinha. Resultado: já está próximo de completar dois meses e os trabalhadores e trabalhadoras de cultura não receberam nenhuma parcela do auxílio, que era pra ser emergencial.

Na última segunda-feira,12/07, aconteceu uma reunião, proposta pelo  Conselho Municipal de Cultura, e acatada pelo Secretário de Cultura, onde também este Coletivo participou. O Secretário abriu a reunião colocando que estava tendo algumas dificuldades de realizar o pagamento. Nós do coletivo apresentamos as falhas detectadas no processo;

1º O processo não tinha um cronograma de execução;

2º A comissão avaliadora não tinha sido nomeada oficialmente no diário oficial, e não tinha representante da sociedade civil;

3º Não houve nenhuma publicação oficializando os inscritos no credenciamento;

4º Não existe ata do processo de escolha dos selecionados, e mais uma vez não houve publicação no diário oficial dos artistas aptos a receberam o auxílio.

Após o intervalo da reunião o Secretário não retornou para a mesma, sem comunicar de sua saída, e logo depois do reinício da reunião, o Superintende de Cultura, alegando agenda, mostrando total desrespeito com o Coletivo e com o Conselho de Cultura, na qual ele exerce a presidência, também se retirou, mesmo com alguns Conselheiros solicitando que o mesmo aguardasse pra responder algo que estava em aberto.

Este Coletivo entende que, mesmo que a prefeita possa ter a boa vontade em atender o pleito dos Trabalhadores e Trabalhadoras de cultura, mas a secretaria de cultura, hoje, demonstra por estes atos que não possui nenhuma competência, para executar a sua boa vontade.

Fica aqui nossa indignação e repúdio, e esperamos que a SECULTE possa estar se organizando melhor nas suas próximas ações, para que não agrave tanto o sofrimento que vêm passando os Trabalhadores e Trabalhadoras da cultura em nosso município.

E QUE VENHA O AUXILIO!!!

Asscom: Coletivo Auxilio Emergencial Já!

Tá Na Roda

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1 Comentário

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  1. Que vergonha gente! Ser artista no Brasil já não é fácil. E em Juazeiro Bahia então… descaso, desrespeito. E mais …. Não são 2 meses não. São 2 anos. Pandemia não tá aqui desde ontem. E vamos pra frente né? Ou melhor, tentar. Pq se depender das entidades competentes o barco afunda mais.

    Auxílio emergencial já!