Mesmo com a estiagem das últimas semanas, as chuvas ainda causam grandes transtornos para a população do interior de Juazeiro-BA, sobretudo em relação a cheia dos riachos, que além de isolar as comunidades, transformam as estradas de terra em verdadeiros atoleiros e dor de cabeça para proprietários de transportes coletivos, como ônibus, vans, caminhonetes e carros de passeio, que circulam ou prestam serviços nos povoados.
A presidente da Associação Comunitária Agropastoril da Fazenda Cifra, Izélia Gonçalves da Paixão Pereira falou ao Site TNR que essa tem sido a realidade das comunidades do Poço Grande, Alto das Queimadas, Adutora, Morros e outros povoados que precisam usar a passagem molhada do riacho da Fazenda Cifra. Situação que segundo ela vem se arrastando desde de 2015, mas que esse ano piorou com o rompimento da passagem molhada, causada pela intensidade das chuvas.
De acordo com Izélia, tem idosos, crianças, mulheres que ficam isoladas nesse período, precisando de médico ou resolver alguma situação na cidade ou em uma comunidade vizinha e não conseguem. Para a presidente da Associação, os alunos são os mais prejudicados, pois não conseguem ter um ano letivo completo.
Uma mãe de aluno da Escola Municipal Antonila da França Cardoso, no povoado do Angico que preferiu não se identificar, reclamou que as crianças estão em um período de prova da primeira unidade e não consegue ter acesso à escola por falta de estrada e que já tentaram resolver a situação dos alunos junto a prefeitura e não tiveram nenhuma resposta.
Izélia explicou que o Riacho da Cifra envolve muitas comunidades que precisam utilizar o mesmo local e que nesse período chuvoso fica inviável trafegar sem atolar os veículos. Segundo ela, já teve situação no passado que até um bote foi utilizado para resgatar um idoso que estava passando mal.
Segundo a líder comunitária, os motoristas contrataram uma máquina no último domingo na tentativa conseguir aterrar o trecho do Riacho e poder levar as crianças para a escola nesta segunda-feira (11/03), mas a água carregou o aterro de barro e os carros atolaram, como mostram as imagens enviadas para o TNR. “ As crianças voltaram tudo para casa, triste demais, o pessoal aqui está todo mundo desesperado…essas crianças desse jeito… sem participar das aulas… e a gente já tentou com todos os políticos, com deputado, e vereador, com secretário de obras, e até agora ninguém nunca fez nada pela gente. Quando a gente reclama muito, eles vêm e colocam barro. Mas na hora que o riacho vem, já carrega tudo” desabafou Izélia.
A comunitária também observou que a cada enchente o buraco por onde escoam as águas vai tomando grandes proporções. “E aí, nossa vida aqui no interior está complicada, principalmente dos alunos, porque nem passa quando está com água, como está agora, e quando seca, fica buraco, fica ponta de pedra, ponta de ferro, que soltou. E aí, estamos aqui nesse dilema, nesse sofrimento. Pedindo às autoridades a alguém competente, pelo amor de Deus, que nos dê uma luz, porque nosso sofrimento aqui está muito grande”. Lamentou Izélia Gonçalves.
Da Redação: TNR
Imagens: enviadas ao TNR
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