A Confederação Democrática Brasileira dos Trabalhadores da Alimentação (CONTAC-CUT), anunciou na sua pagina no Facebook o falecimento de Siderlei de Oliveira, aos 74 anos, no inicio da tarde desta terça-feira (29).Ele estava internado no Hospital São Vicente, na cidade de Passo Fundo (RS) e veio a óbito depois de duas paradas cardíacas.
Na nota publicada nas redes sociais a CONTAC se referiu a Siderelei como um dos mais aguerridos sindicalistas brasileiros, cuja trajetória se funde à história do sindicalismo brasileiro. Um exemplo de vida em defesa da classe trabalhadora e, mesmo diante de tantas adversidades com relação à saúde, jamais esmoreceu na luta. Ele nunca fugiu de um bom debate e tinha uma disposição invejável de lutar.
Iniciou a militância na década de 1970, intensificando sua atuação em 1980, período de redemocratização no Brasil que culminou com o fim da ditadura civil- militar instaurada em 1964. Chegou a ser perseguido e preso pela ditadura durante uma manifestação que fez em Porto Alegre quando espalhava cartazes contra a Coca-Cola. A União Internacional de Trabalhadores em Alimentação, Agricultura e Afins (UITA) fez pressão internacional ao governo brasileiro à época por sua soltura, tendo sido libertado pouco tempo depois.
Em seus mais de 30 anos como sindicalista, ele deixa um legado incomensurável aos trabalhadores da alimentação.
Construiu pontes nacionais e internacionais, diálogos, trabalho de base, campanhas, greves e paralisações. Deixou como uma de suas conquistas de luta para os trabalhadores e as trabalhadoras do setor de frigoríficos a NR36, norma reguladora das atividades do setor e que, segundo ele, ajudou a reduzir “significativamente o número de doentes, que antes faziam fila na porta dos sindicatos”.
Nascido em Carazinho, município do Rio Grande do Sul, em 29 de novembro de 1946, ele morava atualmente na cidade de Serafina Corrêa (RS). Casado com Geni Dalla Rosa de Oliveira há 11 anos, ele deixa esposa e os filhos Miriam, Vanderlei e Marcelo, com quem teve em seu primeiro casamento.
Em sua trajetória, Siderlei foi também coordenador de formação da UITA na América Latina e presidiu o Conselho Deliberativo do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), o Instituto Observatório Social e o Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT (INST-CUT). Fez parte também da direção da CUT Nacional e da CUT Rio Grande do Sul.
Na região do vale do São Francisco, Siderlei atuou no apoio a greve de 2002, através da CONTAC, para que os trabalhadores da Hortifruticultura pudessem avançar nas pautas trabalhistas. O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Agrícolas, Agroindustriais e Agropecuárias dos Municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento-Sé – SINTAGRO/BA, filiada a CONTAC, teve como dirigentes da entidade nacional, Bartolomeu Santos e João Ledopoldo.
A direção da CONTAC segue dizendo na Nota, que a perda do sindicalista é uma triste notícia para a classe trabalhadora e o movimento sindical deste país. Que segundo a Confederação, deixa como herança sua própria história de uma vida combativa. um lutador incansável e em todas as trincheiras esteve presente e sempre se colocando à disposição. Toda a sua trajetória de vida servirá de exemplo, ainda mais em tempos de pandemia e de um Brasil em crise.
Neste momento difícil, nos somamos à dor e nos solidarizamos com familiares e amigos. Finaliza!
Siderlei, presente!
Direção da CONTAC-CUT
29 de dezembro de 2020
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