A interrupção das obras de pavimentação asfáltica no Bairro Monte Castelo gerou grande indignação entre os moradores. A atual gestão iniciou os trabalhos com grande alarde, promovendo eventos como shows musicais e queima de fogos para celebrar a assinatura da Ordem de Serviço, pouco antes do período eleitoral. Na ocasião, a prefeita, acompanhada pelos deputados Adolfo Viana e Jordávio Ramos, prometeu acabar com a poeira e a lama da comunidade, que agora sofre com os transtornos da obra parada. A estratégia de obras em ano eleitoral levanta suspeitas da população que no final fica prejudicada com a interrupção dos serviços. A falta de planejamento da gestão, que teve quatro anos para executar as obras na cidade, contribui para essa situação frustrante, aponta uma moradora que não quis se identificar.
Alguns moradores acreditam que a paralisação da obra pode ter sido uma medida para garantir que o projeto esteja em conformidade com as normas técnicas e que atenda adequadamente às necessidades da população. Além disso, essa interrupção pode ter sido uma forma de evitar o uso eleitoreiro da obra, que poderia ter sido iniciada desde o início da gestão, considerando que é uma reivindicação antiga dos residentes do Monte Castelo e bairros adjacentes.
Diversos moradores expressaram suas preocupações e frustrações com a paralisação das obras, alguns com a preocupação de que não estão podendo guardar seus carros na garagem por conta dos serviços e que a poeira está insuportável em todo o bairro . Em depoimentos recebidos pelo TNR, os moradores relataram:
“Boa tarde, pessoal. A obra realmente parou e o material está sendo removido para outra cidade. Um conhecido que trabalha na obra confirmou isso, e até estão desocupando a casa alugada pela empresa. Uma pena, porque até agora apenas umas três ruas foram asfaltadas.
“Espero que a obra continue, mas sabemos que a politicagem é grande e eles costumam agir para seu próprio benefício. “Principalmente para uso na campanha. Já ia ganhar meu voto.”
“Pior q tudo se resolveria se houvesse uma programação e organização, n só pela calçada, mas pela garagem, pelas plantas e os carros, pois tudo está tomado pela poeira e se fosse coisa de 30 dias tudo bem, mas n tem programação e tem ruas q levam muitos dias sem atualização da obra”.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) — 6ª Superintendência Regional, em Juazeiro — justificou a suspensão das obras com base em uma determinação do Supremo Tribunal Federal na Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 854. No entanto, o comunicado da Codevasf, que utiliza uma linguagem técnica, não tem sido suficiente para esclarecer a população sobre a situação, permitindo especulações, como as promovidas pela ex-secretária de Educação Normeide Almeida, que acusou, sem provas, o PT pela paralisação das obras, em redes sociais.
A ADPF é um mecanismo previsto na Constituição Federal de 1988 para o controle de constitucionalidade, com o objetivo de prevenir ou corrigir danos causados por atos que violam preceitos fundamentais da Constituição. Além disso, a Constituição estabelece princípios que devem reger a administração pública e as relações entre o poder público e os cidadãos, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (Art. 37).
A paralisação das obras no Bairro Monte Castelo se soma a outras iniciativas inacabadas pela gestão municipal, como o Colégio Paulo VI, a UBS do CSU e do Bairro Alagadiço, além da Feira do Alto do Alencar.
Resposta da Codevasf – Confira abaixo a Nota de Esclarecimento, na íntegra:
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Da Redação: TNR
Foto: Reprodução
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